Categories
Algas

Cabelo de Velha

Cabelo de Velha - Gracilaria gracilis

SABOR

Fresco e intenso a mar.

USO

Como guarnição em pratos de peixe, marisco ou sashimi.

Em caldos de peixe e marisco, molhos e um excelente condimento quando triturada.

QUALIDADES NUTRICIONAIS

Alto conteúdo de fibras, rica em sódio, potássio, cálcio, magnésio, ferro e manganês.

DISPONIBILIDADE

Fresca (em sal) e seca.

info em : Algas, o mar a mesa

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.

Categories
Algas

Alface do Mar

Alface do Mar - Ulva spp.

SABOR

Pronunciado e fresco com algum amargor, que lembra ervas silvestres como a azeda, e revela notas subtis a marisco ou moluscos.

USO

Ótima servida em saladas (fresca ou hidratada). Como guarniçãoo de pratos de peixe, marisco ou carnes brancas. Como complemento em sopas (fresca ou seca) e como condimento (em pó). Em pó, tem notas de chá verde, ideal para usar em sobremesas.

QUALIDADES NUTRICIONAIS

Particularmente rica em proteínas e fibras, vitaminas A, Bl, B9, C e E, cálcio, magnesia, ferro, zinco e manganes.

DISPONIBILIDADE

Fresca (em sal), seca e em pó.

info em : Algas, o mar a mesa

taxonomia

Reino – Plantae
Divisão – Chlorophyta Classe – Ulvophyceae Ordem – Ulvales
Família – Ulvaceae
Género – Ulva.

Ulva clathrata (Roth) C. Agardh

taxonomia

Reino – Plantae
Divisão – Chlorophyta Classe – Ulvophyceae Ordem – Ulvales
Família – Ulvaceae Género – Ulva.
Espécie – Ulva clathrata

biologia |ecologia | Espécie presente em todo o tipo de costas, em locais com muita luz e normalmente ao longo de todo o ano. Localiza-se sobre rochas ou sobre substrato móvel, formando frequentemente carpetes, ou está epífita noutras algas. É uma alga que se encontra muitas vezes em poças.
ramificações aparecem cobertos por raminhos muito curtos e cónicos, semelhantes a espinhos e que fazem com que a alga se torne áspera ao tacto. O talo fixa-se ao substrato através de um disco constituído por células rizoidais.
Reprodução assexuada por zoósporos quadriflagelados. Reproduz-se também sexuadamente sendo os gâmetas biflagelados. Apresenta alternância isomórfica de gerações gametófita e esporófita.

distribuição vertical | Do Infralitoral ao Litoral superior.
Poças de maré no Litoral médio e no Litoral superior.

descrição morfológica | Esta alga apresenta-se sob o aspecto de massas emaranhadas, de cor verde-claro e constituídas por eixos tubulares muito ramificados com cerca de 1 mm de diâmetro. Os eixos principais e as suas ramificações aparecem cobertos por raminhos muito curtos e cónicos, semelhantes a espinhos e que fazem com que a alga se torne áspera ao tacto. O talo fixa-se ao substrato através de um disco constituído por células rizoidais.

aplicações | curiosidades | Utilizada na alimentação humana.

info em: Pedro Neves – Rui Santos – Guia de Campo das Algas do intertidal da Praia da Vigia

referências taxonómicas: Burrows, E. (1991) – Seaweeds of the British Isles. Volume 2. Chlorophyta. Natural History Museum Publications, London

Ulva rigida C. Agardh

taxonomia

Reino – Plantae
Divisão – Chlorophyta Classe – Ulvophyceae Ordem – Ulvales
Família – Ulvaceae
Género – Ulva rigida 

biologia |ecologia | Espécie anual, mais comum durante os meses de Verão, mas que pode formar populações perenes. Encontra-se em todo o tipo de costas sendo, no entanto, mais abundante em costas protegidas. Fixa-se sobre as rochas ou está epífita noutras algas.

É uma espécie dióica e que se encontra reprodutiva normalmente no Verão. As células vegetativas, com excepção das que emitem rizóides, podem dividir-se e originar os órgãos reprodutores. A reprodução pode ser assexuada através de zoósporos quadriflagelados ou sexuada, sendo os gâmetas biflagelados. Verifica- se alternância de gerações gametófita e esporófita.

distribuição vertical | Infralitoral e Litoral.
Praia da Vigia – Infralitoral, Litoral inferior e Litoral médio (entre – 46 e 250 cm de elevação). Poças de maré no Litoral médio e no Litoral superior

descrição morfológica | Talo laminar de tamanho variável, cor verde-claro e consistência firme. Apresenta forma também variável (arredondada, lanceolada, ovalada) e margens onduladas com dentes finos. Fixa-se ao substrato por um pequeno pé discóide.

aplicações | curiosidades | Esta alga tem várias utilizações, sendo utilizada como adubo, na alimentação animal e na alimentação humana. Também já foi utilizada como antihelmíntica, contra a gota e no tratamento de queimaduras.

É uma bioindicadora de contaminantes, sobretudo de origem inorgânica.
Nome vulgar – Alface-do-mar

Categories
Algas

Protista Kingdom (algae)

Protista Kingdom (algae)

MÓDULO de BOTÂNICA

Manual de Teóricas e Práticas

Mário Lousã (coordenador)
Ana Monteiro
Dalila Espírito Santo
Edite Sousa
José Carlos Costa

Informação retirada de:

II.3. Bloco III: Sistemática. Introdução à Taxonomia e à Nomenclatura Vegetal. Algas, Fungos, Líquenes, Briófitos, Pteridófitos e Gimnospérmicas

Edite Sousa

Tema 3: Reino Protista (algas)

3. DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS

2.1. Introdução

Os eucariotas apareceram há cerca de 180milhões de anos na China – segundo um registo fóssil de um grupo de organismos unicelulares “acritarch”– remanescentes de um grupo de eucariotas extinto, quer pelo tamanho quer pela complexidade das suas paredes celulares. Grande diversidade de descendentes dos primeiros eucariotas, os protistas, que vivem actualmente nos oceanos e linhas da costa marinha (Protelsia palmiformis) e também nos lagos de água doce reservatórios e cursos de água. São organismos uni ou multicelulares com os órgãos celulares envolvidos por membranas. Possuem clorofila a e β caroteno e reprodução sexuada com alternância de fases nucleares. As células são rodeadas por parede gerada no aparelho de Golgi.

Têm parede fibrilar com celulose e polissacaridos. Os pigmentos dos plastos (tilacóides) encontram-se numa matriz ou estroma e servem para fixação de CO2. Os tilacóides estão livres no estroma formando lamelas. Podem ter três tipos de plastos: cloroplastos, proplastos e leucoplastos (amido). O ADN é circular sem histonas e ribosomas 70S, os electrões (polipeptidos com propriedades enzimáticas (pirenóides)) servem para a fixação do CO2, ao redor pode-se acumular amido. Os cloroplastos têm estigma alaranjado ou vermelho (carotenóides) associado a fotoreceptor. O núcleo tem ADN, proteinas e ARN (pequenas quantidades) que no seu conjunto formam a cromatina. Tanto estes como o nucleoplasma, têm membrana dupla, perfurada por poros que se forma do RE.

O ADN tem os cromossomas invisíveis na interfase como na maioria das plantas e animais, excepto nos euglenófitos, dinófitos e criptófitos, em que os cromossomas estão condensados na interfase (mesocarionte). O número de histonas é inferior aos outros eucariotas. O número de cromossomas varia de 2 a mais de 80.

Muitas algas ou células reprodutoras movem-se por flagelos. Flageloé um axonema composto formado por 9 pares de microtúbulos que envolvem dois outros microtúbulos centrais. O flagelo está rodeado pela membrana plasmática da célula.

2.2. Ciclos de vida

A reprodução assexuada (sem união celular e nuclear, e sem associação de material genético parental) e sexuada (união celular e nuclear, associação de cromossomas e genes, meiose) ocorre na generalidade das algas, bem como a reprodução vegetativa, em que os agentes reprodutores podem ser fragmentos biareactores do talo vegetativo, propágulos ou gemas.

As algas apresentam vários tipos de ciclos vitais, relativamente ao momento em que se produz a meiose:

a) Meiose na primeira divisão do zigoto – meiose zigótica, ciclo haplontico – algas unicelulares e coloniais

b) Meiose durante a gametogénese – meiose gamética (também em animais) ciclo diplontico – ordem Fucales (pardas).

c) Meiose durante a esporogénese – meiose espórica – alternância de gerações, gametófito e esporófito (isomórfico – quandodo ambos são iguais; heteromórficos – quandodo diferentes) ciclo haplodiplontico – algas macroscópicas. A maioria das algas castanhas apresenta este tipo, como os géneros Ectocarpus, com esporângios pluri e unilocular e Laminaria em que gâmetas femininos atraem os masculinos por compostos orgânicos

d) Meiose nas células vegetativas do talo – meiose somática – ciclo somático

As algas vermelhas podem ter reprodução assexuada, libertando esporos (monósporos) na água e reprodução sexuada complexa, exibindo três fases: (1) gametófita – haplóide; (2) fase diplóide – carposporófita; (3) fase diplóide – tetrasporófita.

2.3. Principais divisões

Existem 8 divisões de Algas, isto é, com núcleos individualizados e típicos de cada uma e com pigmentos localizados dentro de plastídeos (cromatóforos): Euglenophyta, Dinophyta, Cryptophyta, Haptophyta, Chrysophyta, Phaeophyta, Rhodophyta e Chlorophyta. Distinguemse entre si com base nos pigmentos fotossintéticos acessórios, nas substâncias de reserva acumuladas pelas células e na composição química das paredes celulares.

Euglenophyta

Dinophyta

Cryptophyta

Haptophyta

Chrysophyta

Phaeophyta

Rhodophyta

Chlorophyta

Phylum Euglenophyta (euglenófitos ou euglenóides) Classe Euglenophyceae

Compreende cerca de 900 espécies, sendo a maioria de água doce. São unicelulares, excepto o género colonial Colacium. Um terço dos géneros tem cloroplastos e dois terços são heterotróficos. Possuem clorofila a e b e carotenóides – endossimbiose das algas verdes. Os plastos são rodeados por 2 membranas e ainda uma outra formada do RE. Euglena (género mais representativo) e a maioria dos euglenóides não têm parede celular. A membrana plásmica é suportada por bandas proteicas.

No género Trachelomonas a membrana te ferro e manganésio. A sua anatomia é complexa. O flagelo encontra-se sob uma fenda em forma de garrafa (reservatório), onde descarregam vesículas contrácteis. No interior do reservatório existem dois flagelos, emergindo apenas um através da citofaringe. O estigma e fotoreceptor próximos do reservatório, estão relacionados com a capacidade de se moverem dependendo da luz. O estigma produz gotas de lípidos, vermelho-alaranjados, independente do cloroplasto e cobre o fotoreceptor, um corpo cristalino rodeado pela membrana do flagelo e situado entre o reservatório e a citofaringe. Nadam activamente (flagelo apical com mastigonemas). As que têm estigma e receptor, são fotossensíveis e nadam, afastando-se da luz. Os cloroplastos são numerosos e discoidais. Na divisão celular, a membrana nuclear fica intacta na mitose (também nos dinófitos e criptófitos); o fuso acromático organiza-se dentro da membrana nuclear. Os cromossomas são de grande tamanho, condensados na interfase do ciclo mitótico. Não possuem reprodução sexuada.

Formam quistos resistentes a condições externas desfavoráveis (céulas envolvidas por espessa bainha mucilaginosa que produzem). Determinados caracteres ultraestruturais e bioquímicos (sequência de ARN dos ribossomas do citoplasma, separam-nas do resto das plantas verdes apesar da clorofila b. Têm uma relação muito estreita com os protozoários zoomastigomicetas, talvez, sejam o resultado da ingestão do cloroplasto de uma alga verde primitiva por um protozoário, terminando num processo de endossimbiose.

Muitas euglenofíceas plânticas ou bênticas, aparecem em charcas, lagos e rios contaminados por dejectos orgânicos. Outras vivem em águas limpas. Espécies distintas do grupo são indicadoras da qualidade das águas continentais. A espécie Euglena sanguinea, rica em carotenóides, pode tingir os charcos de vermelho; em águas estagnadas, ricas em substâncias orgânicas, encontra-se frequentemente a Euglena viridis, que contribui para a coloração esverdeada dos locais que ocupa.

Phyllum Dinophyta (dinoflagelados) classe Dynophyceae

Compreende cerca de150 géneros e 4000 espécies, sendo a maioria unicelulares e biflageladas.

Vivem no mar e águas continentais. Alguns têm invólucro ou anfisema, formada pela membrana plásmica e, sob esta, um invólucro de vesículas com placas poligonais de celulose. A parede celular (teca) tem dois sulcos, um transversal e um longitudinal, onde se cruzam, emergem dois flagelos, os pleuronemáticos. O flagelo longitudinal sai fora do sulco e está coberto por duas filas de mastigonemas fibrilares, o flagelo transversal é ondulado e coberto por uma só fiada de pêlos. A parede celular tem poros, através dos quais se descarregam os tricocistes, organelos de forma filamentosa, quando a célula se excita, projectam-se para o exterior impelindo-a no sentido contrário, carácter defensivo. Possuem clorofila a. Algumas espécies também têm clorofila c2 e vários pigmentos acessórios (piridinina). Possui amido (reserva) fora do cloroplasto. Os plastos têm três membranas, com os tilacóides agrupados em três como nos euglenófitos. A reprodução assexuada dá-se por bipartição longitudinal, levando cada filha uma parte da teca materna e reconstruindo a restante. A reprodução sexuada dá-se por isogamia, por vezes anisogamia. O ciclo vital mais geral é haplôntico com meiose zigótica, por vezes têm ciclo diplôntico. Em condições do meio desfavoráveis formam esporos de resistência com parede espessa (quistos).

A disposição das placas das tecas é importante na sistemática. Por exemplo:

O género Prorocentrum tem a teca dividida longitudinalmente e os flagelos apicais.

Nos géneros Peridinium e Gymnodinium a teca divide-se em duas metades, a superior e a inferior. O género Dinophysis tem expansões em alas. O Ceratium apresenta grandes apêndices em forma de chifre. Em Dinotrix, as células imóveis unem-se em pequenos filamentos e produzem zoósporos. As espécies do género Noctiluca são saprófitos nus, bioluminescente, que provocam fluorescência nos mares quentes.

Formam uma parte importante do plâncton das águas tropicais. Podem provocar as marés vermelhas. As espécies Dinophysis acuta, Prorocentrum lima e Gymnodinium catenatum excretam toxinas, matando organismos marinhos (peixes e bivalves).

Têm grande importância como produtores primários no mar e formação de recifes de coral.

Phylum Cryptophyta (criptófitos) Classe Criptophyceae

Compreende 12 géneros e 200 espécies de algas flageladas nuas, sem parede celular, são marinhas e de água doce. Possuem clorofila a e c2, vários pigmentos complementares e ficobiliproteinas e um só cloroplasto Chilomonas (saprófito) com um leucoplasto, um cloroplasto bilobado e um nucleomorfo (núcleo reduzido) junto ao cloroplasto, todo o conjunto rodeado por retículo endoplásmico rugoso.

Têm dois flagelos com mastigonemas, subapicais e numa depressão (vestíbulo). A célula é rodeada por membrana plásmica e película de placas proteicas. São sensíveis à luz e algumas espécies do género Thecomonas têm estigma. Têm reprodução sexuada isogâmica.

Phylum Haptophyta (haptófitos)

Compreende 80 géneros e 300 espécies de algas unicelulares e coloniais flageladas. Formam fitoplâncton marinho primário. Existem formas terrestres e aquáticas. Apresentam uma grande diversidade nos trópicos. As principais características são a existência de haptonema, estrutura que se estende a partir da célula com dois flagelos de igual comprimento, a presença de escamas gordas na superfície externa da célula, serem fotossintéticas com clorofila a e c2, produtores e consumidores na cadeia alimentar, absorverem cianobactérias ou carbono orgânico, acumularem carbono orgânico no fundo do mar (2/3 de carbonato de cálcio), serem produtoras de óxidos de enxofre, a chuva ácida.

O género Phaeocystis domina o fitoplancton da zona marginal gelada nas regiões polares e contribui com 10% para os compostos de enxofre formados pelo fitoplancton

A gelatina aumenta o carbono orgânico da água. Em todos os oceanos, especialmente nas latitudes médias, Emiliania huxleyi pode formar flores que cobrem os oceanos. As espécies dos géneros Chrysochromulina e Prymnesium são conhecidas por formarem flores tóxicas marinhas que matam os peixes e outros seres marinhos.

Phylum Chrysophyta (crisófitos)

Compreende cerca de 100 espécies de organismos unicelulares ou coloniais, com ou sem flagelos. São abundantes na água doce ou salgada de todo o mundo. Alguns são incolores, outros possuem clorofila a e c, sendo a cor mascarada por abundante flucoxantina na célula. A cor dourada dá origem ao nome “crisófitos”. A reserva nutritiva é a crisolaminarina, armazenada num vacúolo na parte posterior da célula. Alguns absorvem bactérias e partículas orgânicas. Ex. Dinobyron e afins nos lagos gelados da América do Norte são os maiores consumidores de bactérias. Alguns crisófitos têm parede celular de substâncias pécticas, impregnadas de sílica, outros não têm parede celular e alguns parecem amibas com plastídeos.

Os membros do grupo móvel sinurófitos como o género Synura têm o corpo coberto de escamas ornamentadas de sílica (produzidas no interior e exportadas para fora).

O invólucro de escamas impede estas algas de se alimentarem de partículas.

A maioria tem reprodução assexuada, envolvendo formação de zoósporos. Podem também exibir reprodução sexuada. Apresentam formação de quistos no final da época de crescimento, por vezes, os quistos resultam da reprodução sexuada. Nalguns grupos, os quistos contêm sílica, que tal como as escamas, podem sedimentar e formar valiosos registos das condições ecológicas do passado. Os géneros Heterosigma e Aureococus (crisófitos marinhos) produziram “marés castanhas” tóxicas causando avultados prejuízos na pesca de crustáceos e salmão. Alguns crisófitos de água doce formam flores e são responsáveis pelo sabor e cheiro desagradáveis na água potável, resultantes da sua excreção de compostos orgânicos.

Phylum Phaeophyta (feófitos) Algas castanhas

Compreendem uma só classe, a Phaeophyceae com cerca de 1500 espécies. A este grupo pertence a maioria das algas marinhas, incluindo as inferiores marinhas mais conspícuas das águas temperadas, boreais e polares. Dominam as costas rochosas das regiões mais frias do mundo.

As “Rockweeds” pertencem à ordem Fucales.

” kelps” pertencem à ordem Laminariales (20-30 m).

Sargassum muticum (Oceano Atlântico, Nordeste Caraíbas), interfere com as operações nas culturas marinhas. Estas algas podem ser microscópicas ou atingir vários metros no inferior do mar (kelps com60 m e 300 kg). Apresentam “thalus” (thalli) – talo, corpo vegetativo relativamente indiferenciado, que pode ser simples de filamentos ramificados, como no género Ectocarpus ou com agregações de filamentos ramificados (pseudoparênquima) como no Macrocystis. As suas células têm numerosos plastídeos castanho-dourados em forma de discos (estrutural e bioquimicamente semelhantes a crisófitos e diatomáceas). Possuem clorofila a e c, carotenóides, em que a xantofila (fucoxantina, confere a cor castanho escuro ou verde-azeitona.

As substâncias de reserva são hidratos de carbono que armazenam em vacúolos como na Laminaria. A análise molecular estabeleceu duas linhagens, uma com pirenóides nos cloroplastídeos, Ectocarpus e outra sem pirenódes nos cloroplastos, Laminaria e afins. Nestas, distingue-se um órgão especial uncinado, um caulóide e filóides.

Actualmente, faz-se a regeneração de Macrocystis na costa da Califórnia para produção de algina, usada como estabilizador e emulsionante para alimentos e tintas.

As camadas da parede celular interna com celulose e algina conferem rigidez e flexibilidade.

Têm uma estrutura interna complexa semelhante ao floema das plantas vasculares (60 cm /h, manitol e aminoácidos).

Fucus, algas dicotómicas com vesículas de ar próximo da extremidade dos filóides, semelhante ao Sargassum.

Phylum Rhodophyta (rodófitos) algas vermelhas

Compreendem cerca de 4000 a 6000 espécies de águas quentes e tropicais, sendo algumas de regiões mais frias. Poucas são unicelulares – Cyanidium. A maioria é estruturalmente complexa, constituindo infestantes macroscópicas. No mar vivem fixas às rochas ou a outras algas. Os seus cloroplastos possuem ficofibrilas, que mascaram a cor verde e absorvem luz verde e verde azulada na água profunda. Têm clorofila semelhante a cianobactérias, de que derivam devido e endossimbiose. Muitas são parasitas. Não têm centríolos, nem células flageladas (anéis polares).

As reservas alimentares são grânulos de amidofluoridino no citoplasma. A parede celular interna tem microfibrilas de celulose, rígidas e a externa agar ou carragina (flexibilidade).

Algumas depositam carbonato de cálcio nas paredes celulares.

Família Corallinaceae (algas coralinas). Engloba fósseis com mais de 7000 milhões de anos. Os habitats podem ser oceanos, até 268 m de profundidade, rochas sujeitas a marés e recifes de corais, que lhe conferem estrutura. Segregam terpenóides tóxicos que ajudam a afastar os herbívoros e servem como medicamento anti-cancerígeno. São filamentosas. O crescimento inicia-se numa única célula apical que corta os segmentos sequencialmente para formar um eixo. Apresentam ainda um eixo de ramos laterais em espiral, as células ligadas por ligações “fosso” que se desenvolvem na citocinese. Muitas têm multieixos, corpo tridimensional.

Phylum Chlorophta (clorófitos) algas verdes

Compreendem cerca de 17 000 espécies com estrutura e história de vida diversa.

Na sua maioria são aquáticas, podem também viver na neve, em troncos, no solo, em associações simbióticas com líquenes, protozoários de água doce, espongiários e celenterados.

Clamydomonas e Chloromonas (unicel) vivem na neve. Trentepholia (filamentosa) vive em rochas e troncos ou ramos, possui carotenos que dão cor alaranjada, vermelha, ferruginosa.

A maioria vive na água doce, porém algumas são de água salgada. Muitas sãs microscópicas.

Apresentam clorofila a e b, predominando sobre as xantofilas e os carotenos; armazenam amido nos plastídeos, como os briófitos e plantas vasculares, por esta razão, o cloroplasto tem aspecto rugoso e granular, tornando-o uma estrutura diferenciadora em relação às outras algas.

. Algumas têm parede celular com celulose, hemicelulose e substâncias pécticas. As algas verdes apresentam diversa constituição, células isoladas ou em colónias, filamentos simples e ramificados, lâminas ou com três dimensões. As células possuem um ou vários núcleos; os cloroplastos diferenciam-se segundo a sua posição, número e morfologia. Contêm nos cloroplastos uma substância de reserva – Amido; Cloroplasto pode possuir o pirenóide, trata-se duma área de formação de produtos de reserva;

Multiplicam-se por zoósporos, aplanósporos, autósporos, acinetes, ou por formação do estado palmela ou por divisão dos filamentos. Só as células reprodutoras possuem flagelos. A Sistemática baseia-se na mitose, citocinese, células reprodutivas e semelhanças moleculares.

Tem várias classes, três são mais importantes: Chlorophyceae, Ulvophyceae, Charophyceae.

Chlorophyceae – Engloba algas de água doce, unicelulares, flageladas ou não filamentosas, coloniais ou não. Vivem na água fresca, neve, solo, troncos. Possuem estigma vermelho fotossensitivo, cloroplasto com pirenóide, parede sem celulose, podendo ter reprodução assexuada e sexuada.

Ulva lactuca L., a alface-do-mar, é uma das espécies de maiores dimensões que povoa as costas marítima se multiplica com grande profusão, sobretudo na Primavera, existindo nas rochas pouco profundas. Tanto esta espécie como Enteromorpha, agrupam-se na ordem das Uvales.

Um exemplo de espécies unicelulares é o género Chlamidomonas com gâmetas flagelados. Em Gonium, as células resultantes da reprodução assexuada permanecem unidas em colónias pouco compactas e flutuantes numa secreção gelatinosa que produzem. Muito mais consistente é a união das células em esfera de Volvox. Os três géneros que acabámos de referir pertencem à ordem das Volvocales.

Entre as algas verdes e sem flagelos (ordem Chlorococcales) encontra-se a Chorella, que só produz esporos imóveis ou aplanósporos. São fáceis de cultivar e manter em laboratório, devido ao seu diminuto tamanho e às poucas necessidades quanto a nutrientes. Os géneros Scenedesmus e Chlorella foram utilizados nas investigações iniciais sobre a cisão da água e a fixação de carbono na fotossíntese.

Os representantes da ordem Zignetales (Conjugales) são algas solitárias ou agrupadas em colónias fusiformes e carecem de células reprodutoras flageladas. Nesta ordem encontramos o género Spirogyra, frequente em água doce e de cloroplastos espiralados. A reprodução sexuada realiza-se por conjugação: dois filamentos, em geral da mesma forma, dispõem-se paralelamente; na linha de contacto formam-se papilas entre as células e os filamentos unem-se secundariamente em forma de escada (copulação escaliforme). As papilas transformam-se em canais copuladores por destruição da parede nos pontos de contacto e unem as duas células (gametângios). Existem filamentos masculinos e filamentos femininos. O protoplasma da célula masculina penetra, isolado, como gâmeta móvel na célula feminina imediata, gâmeta imóvel para dar um zigoto. Em condições favoráveis o zigoto germina.

Caulerpa prolifera, referida como uma das algas mais formosas do Mediterrâneo, pertence à ordem Silonales, algas polimorfas frequentes nos mares quentes.

As algas da classe carofícea (Charophyceae) crescem submersas em água doce em fundos lamacentos ou arenosos de charcos e de tanques, exceptuando algumas espécies de água salobra.

Fixam-se nos substratos por rizóides pluricelulares, ramificados unisserialmente. O talo, erecto e ramificado, tem vários decímetros e divide-se regularmente em nós e entrenós. Cada nó tem um verticilo de ramos de crescimento limitado, podendo formar-se na axila destes ramos susceptíveis de crescimento ilimitado.

Conhecem-se fósseis de carofíceas desde o Devónico (especialmente sob a forma de zigoto).

Das seis famílias que existiram noutros tempos, actualmente só uma persiste.

 

2.2. Ecologia e interesse económico

Apesar da maioria ser aquática, algumas exibem adaptação ao meio terrestre.

As algas podem ser:

• Algas unicelulares e coloniais – fitoplâncton (nanoplâncton)

• Algas epilíticas sobre substracto

• Algas epipélicas sobre limos

• Algas epifíticas sobre plantas

• Algas epizooicas sobre animais

Formam ainda das algasparte do fitobentos.

Têm necessidade de luz para a fotossíntese – zonação altitudinal.

A distribuição depende de:

1) Temperatura da água – factor mais importante nas algas marinhas:

Mares frios e temperados – algas castanhas

Mares quentes –algas vermelhas e algumas verdes

2) Salinidade da água

3) Luz

4) Disponibilidade de nutrientes, quando em excesso – eutróficas, grande biomassa, quando deficientes – oligotróficas, escassa densidade de fitoplacton.

A turbulência, as bactérias e o zooplancton herbívoro afectam a vida do fitoplancton

São autotróficas: fotoautotróficas
quimio-autotróficas

Formam simbiose com outros organismos: os representantes de dinófitos, crisófitos, clorófitos, feófitos, rodófitos.

Esses organismos são: protozoários, invertebrados e fungos. Há interacções nutricionais, a alga fornece: O2, maltose, glucose, glicerol e aminoácidos e o organismo fornece matéria inorgânica e um meio mais ou menos estável.

Em endossimbiose as algas não desenvolvem parede celular. Exs:

Chlorella (clorofilácea) – endossimbiose com protoz.oários, esponjas e celentérios (hidra verde Hydra viridis)

• Outras cloriáceas no interior de platelmintas.

• Dinófitos simbiose com esponjas, medusas e celentérios marinos que formam os corais;

Symbiodinium, imprescindível na formação dos recifes de corais, estimula a calcificação da colónia

• A especificidade entre os dois organismos não é absoluta, mas nas simbioses mais evoluídas pode haver dependência de um dos simbiontes.

• Simbiose – uma das causas evolutivas mais importantes Ex: Cyanophora, endossimbiose recente entre um protozoário e uma cianofícea que actua como cloroplasto.

Aplicação

• Nas costas do Pacífico (Ásia e América do Sul) e em zonas lacustres de África, tradicionalmente usadas com alimento, forragem ou adubo, na actualidade, o consumo aumentou noutras regiões, como na Europa.

• Alimentação humana: sopas, acompanhamentos de peixe e carne no Oriente

Existem 300 algas que podem ser usadas, as mais conhecidas comercializam-se com nomes japoneses, Ex: «kombu» (Laminaria)

Economicamente fornecem polissacaridos (ficocolóides):

– Estabilizadores e emulsionantes nas indústrias alimentar, farmacêutica e têxtil, tintas, papel …

– das algas vermelhas e castanhas extrai-se agar, carragenina e ácido algínico

Devido à grande procura (vermelhas e castanhas), cultivam-se algas nos países industrializados.

As algas castanhas são muito importantes na China e Japão, França, E U e Canadá.

A produção mundial de algas castanhas atinge os 3 milhões de toneladas anuais. Das suas cinzas, extraem-se sais isolados (iodo) Japão e N Europa. Foram usadas como forragens – Laminaria e Fucus serratus na I Guerra Mundial. Podem ser fertilizantes e ser usadas na Indústria – aglutinantes, tintas de imprensa, sabão, champô e botões, bem como em fotografia e produtos farmacêuticos (pasta dentífrica, produtos de emagrecimento)

A produção de algas vermelhas é comum a muitos países, porque a procura supera a produção natural. As algas vermelhas calcificadas do fundo do mar são usadas para diminuir a acidez do solo agrícola. São utilizadas na indústria de panificação, doçaria e conservas de carne, ainda em farmácia, como emulsionante, na Europa e EU como saladas ou condimentos. No litoral português recolhe-se Chondrus crisus, para obter um produto gelatinoso “carragina”, também Gelidium e Gracilaria.

Algas unicelulares e coloniais cultivadas a céu aberto para obter proteínas, vitaminas e pigmentos (carotenos)

As algas são imprescindíveis na aquicultura marinha.

São bioindicadoras da qualidade das águas dos locais onde vivem: águas eutróficas – Ulva, águas pouco poluídas – Cystoseira. Algumas são tóxicas para o Homem e animais – Prototheca.

• Sargaço do japão (Sargassum muticum) – alga exótica devido à cultura de bivalves em países industrializados, apareceu nas costas atlânticas europeias.

• A clorofícea tropical Caulerpa taxifolia causa graves problemas nos ecossistemas marinhos do Mediterrâneo.

Nos arrozais portugueses podem existir diversas espécies de carofíceas, podendo citar-se Chara braunii, C. connivens, C. fragifera, C. gymnophylla e Nitella gracilis e N. mucronata.